segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mais um pouco de "A Ilha"

"Durante dias a fio, Morten procurou Freyja pela Ilha, mas sem qualquer sucesso. Ao mínimo ruído, corria para dentro da cabana, na esperança que fosse ela. Mas voltava sempre cabisbaixo, desiludido por ter encontrado a casa vazia, mais uma vez.
Pela primeira vez na vida, queria estar próximo de alguém. Não conseguia deixar de pensar no sorriso dela, nos olhos brIlhantes, naquelas asinhas que se agitavam com a maior das suavidades.
Quando ela sorria, Morten tinha a sensação que o fazia apenas para ele e, de repente, tudo o que fora feio na sua vida deixara de existir."


"Queria aquela mulher ao seu lado para o resto dos seus dias e apesar de ter pesado todos os prós e todos os contra, só conseguia ver vantagens.
Nunca se imaginara a partIlhar a sua vida com uma mulher. Aliás, nunca se imaginara a partIlhar a sua vida com ninguém, daí que se tivesse mudado para a Ilha. Quando pensara pela primeira vez em Freyja como uma companheira, a ideia de viver a seu lado fora quase destruída pela sua necessidade de solidão.
Afinal, fugira de tudo e de todos e estava só a começar a gostar de viver sozinho, em paz.
Na verdade, sempre vivera sozinho e bastava-lhe a ideia de alguém passar na mesma rua onde morava para se sentir sufocado.
A quietude e solidão que gozava desde que estava na Ilha eram tudo o que Morten sempre desejara. Mas, de repente, surgira aquela mulher a transformar tudo.
Mas, mais que tudo, queria ficar junto dela, o que, possivelmente, significaria também ter que conviver com o povo dela, viver no mundo dela.
A ideia de voltar a conviver com diversas pessoas, de recomeçar a sua vida noutro lugar, mesmo sendo um mundo tão especial como o de Freyja, tinha-o assustado. Mas depressa se recuperara."

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