terça-feira, 31 de agosto de 2010

"A Ilha"

"A Ilha"

"Tinham razão. Eram muito diferentes e talvez não fosse possível. Começava a pensar que tudo aquilo nada mais fora do que uma loucura e que talvez o preço a pagar por a levar avante fosse tão elevado que não valesse a pena.



Pediu à Assembleia que lhe desse uma semana, um prazo que consideraram razoável, e continuou com a discussão dos problemas do dia-a-dia.

Como sempre, não eram muitos e ficaram rapidamente despachados, o que se revelou um alívio para Freyja. Ao contrário do que esperava, o seu coração estava agora ainda mais apertado. Precisava de descansar. E de encontrar um ombro amigo."


"O jovem rei percorreu todo o castelo, mas sem qualquer sucesso. Nem um sinal dos dois.



De volta à Praça de Armas, chamou o seu servo e os dois voltaram ao castelo. O jovem rei estava convencido que Morten e Fiydin tinham saído por um motivo.


Já no bosque encontraram Fiydin, caminhando de cabeça baixa em direcção ao castelo.

- O que sucedeu? – perguntou o jovem rei. O anão abriu os olhos o mais que pode, como se repetisse a pergunta.


- Ele partiu. Tentei impedi-lo, disse-lhe que era uma loucura meter-se no bosque à noite, mas ele não pareceu muito preocupado e seguiu caminho."

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Pequenas Histórias para Entreter"

"Pequenas Histórias para Entreter"

"O Avião"

"O Avião" in "Pequenas Histórias para Entreter"

"Por fim, a alguns metros de distância, Simão viu o balcão que procurava. Olhou em redor cuidadosamente, observando todas as caras com detalhe. Havia mulheres novas, velhas, de meia-idade, bonitas, feias, modernas, conservadoras. Havia as que lhe retribuíam o olhar para fugirem logo de seguida, as que nem sequer olhavam e as que se mantinham fixadas nele como se tivessem uma cola invisível.
Havia homens altos, baixos, magros, gordos, de fato completo, informais, com bagagem, sem bagagem, de havaianas, de botas, com portáteis, com livros, brincando com o telemóvel, procurando nervosamente um qualquer contacto no PDA.
Todos o olharam, todos observaram o seu olhar e todos fugiram de imediato."


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

http://castelodasandrix.wordpress.com/2010/08/27/%e2%80%9cas-luzes-que-iluminam-a-minha-vida%e2%80%9d-%e2%80%93-parte-iii/

"Ele massaja o ombro marcado no local onde os meus dentes tinham passeado muito pouco delicadamente. Fixa o olhar nas marcas das mandíbulas da predadora, como que a contemplar o ferro ao qual pertencia agora."

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

"O pior guarda-redes do mundo"



"Dívida de Honra"


"Renato sempre adorara os momentos em que fingia ser o pior guarda-redes do mundo e deixava entrar os golos dos seus pequenos homenzinhos. Depois, eles atiravam-no ao chão e lançavam-se sobre ele, atacando-o com cócegas e obrigando-o a rebolar. Seria capaz de ficar assim para o resto da vida.
E sempre achara que a alegria aqueles momentos nunca se iria embora, que se prolongaria e passaria para os seus netos.
Que um dia seriam os filhos dos seus homenzinhos a atirarem-no ao chão e a atacá-lo com cócegas. Fora, de facto, o grande sonho da sua vida. E agora, ao olhar para aquela rua vazia que o Sol iluminava tão raramente, percebia, do modo mais violento, que o seu sonho nunca se concretizaria."

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Dívida de Honra"

"Dívida de Honra" (disponível em www.bubok.pt)

"O lugarejo tinha pouco mais de 15 casas, baixas, pequenas, com beirais de madeira rendilhados e paredes que já haviam sido coloridas.
As casas alinhavam-se ao longo de um estreito caminho direito que não levava a lado nenhum e à sua volta árvores, árvores e mais árvores.
E árvores. Altas, esguias, de folha perene, agulhada, que vergavam ao peso da neve como se estivessem a suportar chumbo. Mas mantinham-se sempre de pé.
Ao longe, um lago, um enorme espelho de água que se cobria de gelo durante os nove meses de Inverno. No curto Verão, um Verão que mais parecia uma Primavera sem muita vontade de o ser, os homens do lugarejo reuniam-se na sua margem para pescarem. A pescaria quase nunca era bem sucedida, mas garantia sempre alguns dos melhores momentos da vida daqueles homens.
Renato costumava sentar-se, à distância, acompanhado de um livro e, quando precisava de descansar os olhos, entretinha-se a observá-los."

sábado, 21 de agosto de 2010




"Dívida de Honra" de Luz de Lisboa

em www.bubok.pt

http://www.bubok.es/comprar/quotDivida-de-Honraquot/id=188926

“Renato é um homem que fugiu do seu passado pouco honroso enquanto agente da polícia política, isolando-se numa pequena aldeia cujos habitantes desconhecem a sua identidade.
A aldeia recebe um grupo de cientistas e Renato apaixona-se por uma delas, Catarina, uma mulher mais nova cujo passado se cruzara com o dele, sem que ambos o saibam.
Este passado comum vai comprometer a relação.
O regime totalitário que dominava o país quando Renato fugiu sofre grandes mudanças e um dos homens responsáveis pela jovem democracia, Aníbal, faz também parte do passado de Renato. Tem para com ele uma dívida de honra, bem como uma estima e admiração profundas. E não nada o fará desistir de o encontrar…"

pequenas histórias.wmv

A ILHA.wmv

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

“O Cravo e a Sepultura”



“O Cravo e a Sepultura”, in "Pequenas Histórias para Entreter" (www.bubok.pt)


"Ajoelhou-se junto à sepultura e percebeu enfim o que era o objecto suspeito. Uma flor, um cravo vermelho, fresco, tão fresco que se o sacudisse soltaria de certo uma pequena chuva de pequenas gotas.
Voltou a olhar em redor. Afinal, não fora apenas impressão sua, alguém estivera realmente ali. O seu coração começou a bater mais depressa."

"Pegou no cravo e roçou-o suavemente pelo rosto, desfrutando do fresco das pétalas na sua pele. Cada vez que fazia tal ficava com a sensação que o cheiro ficava impregnado em si, como se fosse seu.
Acabou por adormecer, encostado à sepultura."

"Já quase sentia falta daqueles olhares desconfiados de quem por ele passava, das pessoas que paravam a observá-lo como um qualquer animal raro."



quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Jovem Rei de "A Ilha"

O jovem rei dos olec’s, o povo dominante na ilha, é forte e determinado.
Curioso, e acreditando que para melhor reinar teria que conhecer o resto do mundo, viajou pela terra dos homens, os maiores inimigos do seu povo. Temendo a insensatez própria da sua pouca idade, o seu povo temeu que o jovem rei não regressasse ou que, no mínimo, voltasse diferente do rapaz que os iria liderar no futuro.
Mas o jovem rei regressou à ilha, exasperado com a vida que conhecera na terra dos homens e convencido que estes nada mais poderiam ser que não seus inimigos e determinado a fazer qualquer coisa para impedir que os dois povos se voltassem a cruzar.
Apaixonado por Freyja, debate-se com a dificuldade em entender como seria possível liderar o seu reino e manter aquela união sem criar uma situação complicada com o povo dela.
Sem se deixar abater, convencido que será capaz de ultrapassar todas as dificuldades, o jovem rei vai ter dois desafios gigantescos pela frente, reunidos numa única pessoa: um homem.

Nova história (em progresso)

http://castelodasandrix.wordpress.com/2010/08/19/%e2%80%9cas-luzes-que-iluminam-a-minha-vida%e2%80%9d-working-title-parte-i/

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


Obrigada pelas amáveis palavras, "Admirador Secreto" (?).
Existem, sim, outras histórias do mesmo género de "A Ilha" e prometo que dentro em breve vai poder lê-las. Experimente ler as "Pequenas Histórias para Entreter"...


Quanto a ti, Bardo, não existe uma sequela de "A Ilha". Nem uma prequela. Mas, quem sabe, talvez um dia...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Personagens principais


A Ilha

A Ilha é, mais do que um cenário, a personagem principal do livro.

Ao contrário do que muitos idealizam, esta ilha não tem palmeiras à beira-mar nem resorts de luxo. Trata-se, sim, de um local perdido no meio do mar, isolado do resto do mundo e do tempo e que todos aqueles como nós, os que (sobre)vivem do lado de cá, julgam ser completamente deserto.

Uma vasta planície de gelo puro, quase um espelho, que se estende até ao mar revolto e agreste, determinado a afastar os indesejados. Ventos cortantes que assobiam, uma velha cabana degradada mas ainda assim acolhedora e uma floresta cerrada, feita de árvores que se diria poderem animar-se sempre que quiserem, que esconde outros mundos: é a depois dela que algumas das personagens vivem e se protegem.

E é algures dentro dela, num outro tempo, numa outra dimensão, numa ilha à parte da própria ilha, que habitam outras personagens...


O Mundo de Freyja e Fiydin


Este é mais um cenário que é quase uma personagem.

Paradigma de tudo o que de mais bonito existe na vida, é a casa maior de duas das principais personagens de "A Ilha".

Belas flores que crescem livremente, quase sem precisarem de rega, árvores que parecem embalar os pequenos habitantes nos seus ramos.

Erva fresca e alta, permanentemente orvalhada, no meio da qual os habitantes brincam às escondidas. O céu é sempre azul e o Sol brilha mesmo quando no mundo lá fora tudo está coberto por nuvens tão negras como a noite.

Este mundo só pode ser encontrado se os seus habitantes assim o desejarem. Ao longo dos tempos desenvolveram a capacidade de manter o seu mundo fechado a sete chaves, abrindo-o apenas a quem o merece e que com ele pode aprender algo de novo.

Diz-se que se situa algures no meio da floresta, mas poucos o conseguem ver...

Freyja

Freyja é, tal como o seu mundo, uma criatura especial.
Embora pertença a uma espécie não-humana, é mais humana de todas as personagens: hesita entre o amor de um homem que mal conhece e aquele que sempre pensara ser o amor da sua vida.

Hesita entre casar com o amor de sempre contra a vontade do povo que lidera.
Mas não hesita em levar para o seu mundo protegido um homem que acaba de conhecer.

Pequena, à semelhança de todos os seus conterrâneos, chama a atenção pela sua pela extraordinariamente branca e pelos cabelos negros como as penas de um corvo, mas, sobretudo, pelas suas asas que quase nunca deixam de se agitar.

Herdou o reino do seu pai e, tal como os seus antecessores, não tinha qualquer preparação para as responsabilidades de reinar, embora essa seja, de facto, a sua maior vocação.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"A Ilha" no Google

http://books.google.pt/books?id=NBIg21vhGCAC&printsec=frontcover&dq=%C2%B4%22A+Ilha%22+Luz+de+Lisboa&source=bl&ots=PR0jN4Mh4y&sig=joYpyrmKJ-XtTyNZGEFacMGmNlc&hl=pt-PT&ei=c1tiTIiFG9OQjAft1PSlCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CBsQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false

Uma manhã, aconteceu


"Alguém que ele não conhecia de lado nenhum conseguira que visse a verdade que ele não queria aceitar por nada. Apesar de considerar aquela Ilha como sua, apesar de acreditar que mais ninguém a habitava, aquela pequena mulher fizera-o despertar para a realidade.
-Eu comprei esta Ilha para viver em paz, sozinho.
- Porque é que alguém quer viver sozinho? É tão triste...
E depois, compraste esta Ilha a quem?"

"Uma manhã, aconteceu. Abriu os olhos e lá estava ela, sorridente, agachada junto a ele. Estava vestida de azul, um azul tão claro que mais parecia água transparente, o mesmo azul que cobria as pequenas asas. Morten interrogou-se se todos os vestidos dela teriam asas. Queria perguntar-lhe mas receava que muitas questões fossem demasiadas e acabassem por a afastar, tal como temia que, se não fizesse perguntas, se permanecesse calado, ela se fosse embora."

"Depois de dominar a surpresa, o rapaz sorriu e estendeu a mão ao príncipe, apertando-a com força. Esperava encontrar tudo naquela Ilha menos uma criatura estranha da sua idade que parecia conhecer a sua língua. Mas bastava-lhe olhar para ele para perceberem que poderiam ser camaradas. Aqueles olhos azuis inspiravam-lhe uma confiança imensa, como nunca tivera em ninguém.
- Obrigado. Venho à procura do meu pai. "

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Livros de Luz de Lisboa



"A Ilha", de Luz de Lisboa

“Quantos de nós seriam capazes de dar a vida para salvar o melhor amigo?
E se ele fosse o futuro marido do amor da nossa vida?”

“A Ilha” é um romance de ambientes fantásticos no qual se cruzam criaturas que saltam da nossa imaginação para a realidade e seres humanos, entre guerras e paixões.
Tudo começa quando um homem só e desiludido com a vida resolve comprar uma ilha isolada que julga desabitada.
Contudo, a Ilha reserva-lhe algumas surpresas e vai dar-lhe o melhor e o pior que um ser humano pode desejar: amigos, um amor e uma guerra.




"Pequenas Histórias para Entreter", de Luz de Lisboa



“Fantasmas apaixonados por humanos, humanos obcecados por fantasmas, homens levados ao desespero por outros, gente enamorada por alguém que nunca viu.”

“Pequenas Histórias para Entreter” reúne cinco pequenas histórias (“O Cravo e a Sepultura”; “Os Últimos a Sair”; “O Avião”; “A Mulher da sua Morte”) escritos para entreter o leitor.
Assim, “O Cravo e a Sepultura” é a primeira das “Pequenas Histórias para Entreter” e fala-nos de um homem obcecado por uma fantasma que está apaixonada por ele, julgando-o o seu amor há muito perdido.
Já no conto “Os Últimos a Sair” encontramos dois homens, um desesperado com a crueza do mundo do trabalho e capaz de tudo para lhe por fim, e o outro determinado a evitar a repetição de uma tragédia.
O cenário da terceira história, “O Avião”, decorre na maior aeronave do mundo, na qual embarcam dois jovens apaixonados um pelo outro mas que não se conhecem.
Por fim, o último conto, “A Mulher da sua Morte”, relata-nos a aventura de um jovem imprudente dominado por uma obsessão à qual os amigos tentam por um fim sem grande sucesso.