quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Algumas personagens de "A Ilha"

   Algumas personagens de "A Ilha"

  Fyidin
Fyidin seria capaz de qualquer coisa para proteger Freyja.
Mais racional que ela, uma característica rara entre o seu alegre povo, é o seu grande ponto de equilíbrio.
Ágil, pertence a uma elite que foi treinada para dar a vida pela segurança do seu mundo e vai ter a oportunidade de demonstrar as suas capacidades ao lado de outros de uma espécie diferente.
Prefere manter a distância daqueles que não os seus, pois é prudente e aprendeu com o passado que, não raras vezes, o inimigo se disfarça de amigo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"Os Últimos a Sair"

"- Diabos? Eu não consigo entender essa expressão… - a conversa foi interrompida por um grito de um dos agentes.


A primeira das pessoas a ser libertada estava à porta do edifício, fazendo sinal com um lenço de papel branco para que a deixassem sair.

- Aposto que também aquela mulher te vai conseguir explicar o que se está a passar dentro da cabeça do homem que a manteve refém… Até aposto que ela está do lado dele.

- Ai… Não vens tu também com aquela conversa da síndrome de Estocolmo…"

"- O que aquela mulher disse…


- Eu já vivi tudo o que aquela mulher disse e muito mais do que isso. E esse António também. É por isso que ele está lá dentro, com uma arma, em busca de alguma justiça, mas, sobretudo, em busca de por um fim a isto. Deixa-o. Deixa-o fazer o que ele tem a fazer.

- Ouviste bem o que acabaste de me pedir? Eu não posso deixar que um homem mate outro, por mais razões que ele tenha. E desculpa lá que eu te diga, também não me parece que tenha assim tantas… - João levantou-se e agarrou um braço de Correia com toda a força que as algemas lhe permitiam ter." in "Os Últimos a Sair", "Pequenas Histórias para Entreter"

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

"Dívida de Honra"


"Aníbal estava de pé, em frente ao poster com a fotografia de Ricardo. Fora por causa daquele homem que chegara até ali, que virara a sua vida do avesso, que lutara contra um regime instalado no poder há quase um século e mesmo contra um povo que, apesar de saber que era o melhor que lhe podia suceder, estava há tantos anos acomodado que temia a mudança mais do que tudo.


E, afinal, ninguém sabia dele.

Muitos, muitos mesmo, o tinham tentado convencer que ele morrera, que as histórias que diziam que Ricardo fugira do País e desaparecera no mundo eram apenas fruto da imaginação popular que criara um mito ao qual desesperadamente se agarrava, como se se tratasse de uma bóia de salvação.

Mas Aníbal sabia que ele estava vivo. Tinha a certeza." in "Dívida de Honra" em http://www.bubok.pt/

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

"O Filho da Oliveira"

"Filha de um respeitado alfaiate viúvo, não tinha nem irmãos nem irmãs. Nascera prometida a Neymun, o jovem mais rico da aldeia e de todas as suas redondezas, dono de uma simpatia divinal mas também de um orgulho demasiado grande para ser contido dentro do corpo de um homem, e tivera, até ao infeliz encontro, a mais feliz das existências." in "O Filho da Oliveira"
"O Filho da Oliveira"

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

"Dívida de Honra"

"Renato ficou a contemplar a mesa durante algum tempo, como se procurasse inspiração para se sentir tão entusiasmado como no dia anterior. Mas apesar de se sentir melhor desde que chegara a casa, não conseguia estar tão confiante no interesse de Catarina. Aliás, sentia mesmo pouca confiança em si próprio, nas suas capacidades para manter o interesse de Catarina. Afinal, ele era muito mais velho do que ela.


Talvez Catarina estivesse apenas entusiasmada com a possibilidade de ter algo com um homem mais maduro e decidisse largar tudo quando estivesse satisfeita com a experiência. Ou farta.

- Tenho que afastar estas idiotices da minha cabeça… – disse alto, como se isso fosse capaz de mandar para longe aqueles pensamentos.

Através das frestas das portadas entreabertas, o Sol penetrava na casa de Renato."
 
 
"O primeiro disco em que pegou era de Strauss. Era romântico, mas Catarina poderia não gostar. Lizst também era romântico, mas talvez melancólico demais. Chopin, era isso mesmo, ela gostaria de Chopin, certamente. Mas, para ser honesto, sentia-se sempre um pouco deprimido quando ouvia Chopin.

Voltou a Strauss, depois de pegar em quase uma dezena de discos. Não havia amor como o primeiro e com Strauss até poderiam dançar.

Renato não se lembrava da última vez que dançara. Certamente que fora com a sua mulher, mas não conseguia recordar-se exactamente do momento, o que o fez perceber como as memórias daquela vida que deixara na cidade se estavam a esbater."