quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mais um bocadinho...

"Do pouco que se entendera, numa altura em que o grupo estava fragilizado pela fome e pelo frio, os que se tinham mantido minimamente alerta diziam que tinham sido atacados por um exército de seres a que chamavam olec’s. Apesar da sua aparência de humanos, na realidade não o eram. Defendiam-se com armas não conhecidas do grupo de colonizadores, com tácticas inovadoras e com dons que os humanos não possuíam.
Os testemunhos diziam também que os olec’s tinham vindo do outro lado da Ilha, o lado não visível, e nunca até ali, haviam revelado a sua existência aos colonizadores.
Para os especialistas, esta lenda fora a forma como os colonizadores se defenderam da vergonha de não terem vingado naquela terra.
Mas para o povo aquela lenda era uma história verdadeira, até porque o isolamento da Ilha e o aspecto pouco convidativo haviam condicionado há muito o imaginário das pessoas."


"A pesca era igualmente impossível. O mar tornava-se implacavelmente bravo e frio e de todos os que se haviam aventurado a enfrentá-lo, nenhum voltara para contar a história.
Daquela operação dependia a sua vida e agora que podia dizer, enfim, que tinha uma vida, não a perderia facilmente, pelo menos, não sem antes de a gozar um pouco.
Estava a acabar de preparar o último peixe quando um ruído forte lhe chamou a atenção.
Era como se algo pesado tivesse sido atirado para o chão com brutalidade.
Olhou em redor, procurando a razão do barulho, achando que, muito provavelmente, teria sido provocado por algum animal que se aproximara da casa, derrubando algo.
Mas não conseguiu descortinar nada."

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