segunda-feira, 12 de abril de 2010

"Apesar da incerteza que sentiam quanto ao estado de Freyja, alguns momentos depois de estarem sentados na Praça de Armas, em frente a uma mesa coberta de delícias e respirando o ar fresco da noite, Morten sentiu-se tão descontraído que seria capaz de adormecer ali sentado. Na verdade, o cheiro da carne quente misturado com os aromas do bosque, o vento suave, o ruído das folhas e, lá ao longe, as vozes alegres dos aldeãos, festejando um rico repasto, faziam com que fosse capaz de viver ali o resto dos seus dias.
Os três permaneceram em silêncio durante muito tempo.
O anão juntou-se a eles para comer. Comia sempre na companhia do seu rei e mesmo em presença de convidados tão estranhos, entendeu que devia fazê-lo."


"Fiydin, apesar da aparente calma com que tentara tranquilizar o jovem rei, também não conseguia sossegar.
De volta ao seu mundo, encontrou tudo tranquilo. Ficou a admirar toda aquela paz por alguns momentos. Bem precisava, depois de tudo o que passara nos últimos tempos.
Sentou-se debaixo do imenso azul do céu, tentando contar as estrelas para se tranquilizar, mas sem conseguir. Morten continuava no seu pensamento, sozinho no meio daquele bosque.
Sempre ouvira histórias terríveis sobre os homens.
Sempre os vira como uma ameaça, embora nunca tivesse conhecido nenhum até encontrar Morten.
Lembrava-se de pensar na altura que, afinal, todas aquelas histórias terríveis só podiam ser mentira. Nunca poderiam ter sido protagonizadas por seres tão frágeis como aquele.
Mas claro que Fiydin não conhecia todos os humanos e Morten não era, com certeza, o mais perfeito exemplo."

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